Já observei muitas pessoas que estudam música querendo descobrir em qual momento deixam de ser iniciantes e passam a ser músicos profissionais. Percebo muita gente preocupada em dar esses saltos entre iniciante, intermediário e avançado e como isso acontece.
Como músico profissional, conheço quais os elementos de cada fase e como perceber a necessidade de dar o próximo passo na carreira musical. Por isso, decidi contar um pouco sobre isso.
Nível Iniciante
Os estudantes e as estudantes que estão nesse lugar de iniciantes têm o poder de conhecer a música sem preconceitos. Esse nível chamado ‘iniciante’ é onde a pessoa aprendiz tem a oportunidade de, junto ao seu instrumento, observar, conhecer e aprender tudo que puder na música, sem preconceitos e podendo aproveitar o que vier de aprendizado nesse momento.
Ser músico ou música iniciante te possibilita conhecer e desenvolver uma arte que carrega não só um histórico de diversão e entretenimento, mas também religioso, afetivo e cultural. Acessar esse mundo com paixão e alegria pode ser um bom caminho para quem inicia na música.
Seja qual for seu instrumento, como um bom companheiro, ele vai te ajudar a fazer essas descobertas enquanto dá vida a elas. Poder fazer música de uma forma leve é, para mim, uma oportunidade que a pessoa iniciante não pode perder.
Tecnicamente falando, estar nesse nível é entender e ajustar suas dificuldades e limitações. É poder, junto a quem te instrui, entender em qual área do estudo da música você tem mais dificuldade de se desenvolver. Às vezes, o ritmo pode parecer um assunto difícil, assim como a melodia ou harmonia. Poder ajustar essas questões de forma leve e musical é uma oportunidade deste estágio. E isso independe de sua intenção com a música de ser profissional ou não.
Nível Intermediário
A fase intermediária é aquela onde a pessoa já reforçou toda a base do seu estudo e agora começa e definir para si qual será sua área de atuação na profissão da música e como vai construir sua carreira. Na música, existem três áreas de atuação: dar aulas, os palcos e os estúdios:
1. Aulas
Estar na posição de educador ou educadora não é uma tarefa fácil. Ensinar música é mais do que ensinar a suposta teoria mundial da música. É ensinar que música é mais do que uma expressão cultural, e que cada momento da mesma acompanhou sua sociedade e vem cheia de conceitos e ideias.
Ensinar um instrumento a um aprendiz vai te mostrar como entender a si mesmo como um artista da música, enquanto facilita a passagem daquela pessoa naquela experiência. Ou seja, é uma tarefa humana e muito particular.
2. Palcos
O palco é onde o show acontece! Escolher os palcos é escolher atuar numa área que fala diretamente com a memória afetiva de um público, até os gostos e vontades do artista principal – isso se este não for você.
Ser músico de palco requer performance e uma habilidade no seu instrumento que te ajude a passar por todos os contratempos possíveis e eles não são só musicais. Pode acreditar! Músicos de palcos fazem shows, espetáculos, musicais, dos menores aos maiores. Tudo depende da sua trajetória.
3. Estúdio
Os músicos de estúdio são aqueles que levam para dentro da casa das pessoas tudo o que os músicos de palco levam aos shows. Querendo (re)produzir uma atmosfera afetiva, as pessoas consomem música em casa, nos seus carros, fones de ouvidos, festas e cultos religiosos. Para isso, recorrem a gravações, e essas foram feitas por músicos em estúdio (na maioria das vezes) e em condições diferentes do palco.
Os desafios dos palcos e estúdios são diferentes. Cada nota tocada no estúdio será gravada. Cada respiração, nota fora ou nota dentro (que seriam as notas certas ou erradas), cada palavra dita ou cantada e cada agulha que cair no chão terá seu som captado.
É claro que tudo isso pode ser ajustado pelo produtor musical, mas não ter que contar com esses erros humanos é o que faz com que contratantes escolham exatamente músico a músico.
Nível Avançado/Profissional
O nível avançado, ou profissional, é para quem provavelmente já experimentou muita coisa no seu aprendizado e profissionalismo. Geralmente são as pessoas que já aprenderam o suficiente para exercer algumas funções dentro da profissão música e já estão bem resolvidas com seus estudos.
O músico ou a música profissional já criou uma rotina de estudos para se manter em constante aprendizado e também reciclando o que já aprendeu. Geralmente estuda diariamente (ou quase) na ciência de que precisa sempre estar em sua melhor forma para ter excelência em seus trabalhos.
É alguém que vive a fase onde seu aprendizado já é tudo que a música oferece e sabe que manter o estudo de seu instrumento é o melhor a fazer para se manter atualizado.
Você sabe que é um profissional ou uma profissional da música quando seu conhecimento já está sendo requisitado para ser dividido com outros profissionais da área. E não só como uma forma de trabalho, mas também como uma espécie de troca de sabedoria.
Na verdade, em qualquer nível musical em que esteja, é importante que você “troque figurinhas”. Ou seja, divida informações e tenha outras divididas consigo para que o aprendizado seja também de forma orgânica.
O nível avançado é para quem já responde pela responsabilidade profissional de uma área, pela integridade não só musical, mas também de seu “modus operandi” frente ao mundo e mercado da música.
Por fim, nenhuma dessas fases é melhor ou mais importante que a outra. Todas vão apenas atender e servir às suas vontades e dedicação. Nenhuma dessas etapas será tão simples e exigirá de sua disciplina e força de vontade, mas nenhuma dificuldade será maior do que a vontade e alegria de fazer uma das mais belas artes das diversas culturas do mundo: a música.
Via musicdot.com.br